O Homem do Baú de Milhões
RESUMO
"O homem do baú de milhões". Nesta pesquisa pretende-se enfocar a trajetória de um homem, cuja vida se resume ao nome artístico "Silvio Santos", seu nome de batismo é Senor Abravanel, filho de imigrantes judeus, pai grego e mãe nascida na Turquia, teve uma vida muito conturbada.
Começou sua carreira como camelô nas ruas do Rio de Janeiro. No ano de 1944, vê se um rapaz de apenas 14 anos vendendo canetas e carteiras para títulos de eleitor. No meio de tantos tumultos onde a fiscalização sempre aparecia, Silvio foi descoberto e em vez de ser levado para o juizado de menores, o diretor da fiscalização da prefeitura deu lhe um cartão para procurar um amigo na Rádio Guanabara e foi assim que seu futuro brilhante começou, participou de um concurso e ficou em primeiro lugar, entre tantos outros que se tornariam famosos mais tarde, um deles foi Chico Anísio, que hoje também é uma personalidade no cenário nacional. Assim Silvio trabalhou como locutor, mas não por muito tempo, pois o salário que recebia era muito inferior ao que ele recebia em uma semana como camelô e após um mês ele pede demissão e volta para a avenida Rio Branco.
Aos 18 anos alistou-se na escola de pára-quedismo do exército e nos dias de folga trabalhava na Rádio Mauá e ao dar baixa no exército transferiu-se para a Radio Tupi "aposentando"definitivamente o camelô, começando assim uma carreira que dura até hoje, a de apresentador.
Capítulo 1
INTRODUÇÃO
Este trabalho é resultado de esforços de alunos do 6º período noturno do curso de Administração do Uniaraxá para a disciplina de Empreendedorismo II, e tem como objetivo agregar conhecimentos teóricos sobre como empreender um negócio à partir de idéias, acontecimentos ou situações, além de mostrar que para tornar viável um negócio, não é necessário grande quantia em dinheiro, e sim saber aproveitar as oportunidades que surgem a cada momento.
A Escolha pela história do empreendedor Silvio Santos, foi feita por se tratar de uma trajetória de sucesso e pela capacidade que o mesmo tem de transformar idéias em realidade, pela sua persistência, por acreditar na sua própria capacidade, por ter uma tenacidade incrível, por imaginar-se sempre vencedor e por ser um visionário.
Capítulo 2
Trajetória
Da Lapa para o mundo:
Filho de imigrantes gregos de poucos recursos, Silvio Santos, nasceu na Lapa boêmia, e mostrou-se desde cedo um visionário. As circunstâncias adversas e os obstáculos sempre foram superados por uma tenacidade fora do comum, pela certeza de progredir, do desejo de ganhar dinheiro, aliado a uma imaginação fértil, e sempre acompanhado pela sorte.
O Camelô:
Ainda menino, andando pela Avenida Rio Branco, Sílvio observou um camelô vendendo, com enorme facilidade, carteirinhas plásticas porta-título de eleitor por 5 mil réis e, seguindo-o, verificou que o mesmo as comprava por 2 mil réis do atacadista, na Rua Buenos Aires. Comprou, então uma carteirinha, com uma moeda de 2 mil réis, e saiu pela avenida vendendo-a dizendo ser a última. Foi buscar mais duas. E assim nascia o camelô que fazia ponto na Avenida Rio Branco com Rua do Ouvidor.
Um dia o "rapa" chegou e Silvio Santos não conseguiu fugir a tempo, porém, ao invés de ser levado para o Juizado de Menores, o Diretor de Fiscalização da Prefeitura, Renato Meira Lima, percebendo tratar-se de um estudante que se expressava corretamente e de "boa voz", deu-lhe um cartão para que procurasse um amigo na Rádio Guanabara, onde estava se realizando um concurso de locutores, do qual participam em torno de 300 candidatos. Nesse concurso estavam inscritos rapazes que tornaram-se famosas figuras do mundo artístico, como Chico Anísio, José Vasconcelos, Celso Teixeira, entre outros. Silvio Santos foi o primeiro colocado, sendo admitido como locutor. Por ser o salário mensal na rádio inferior ao que ele ganhava em menos de uma semana como camelô, após um mês pede demissão e volta para a Avenida Rio Branco.
Faturando no Carnaval:
Ao lado de seu irmão Léo, durante o desfile das Escolas de Samba, à época realizados na Avenida Rio Branco, onde apenas um cordão de isolamento separava o público dos desfilantes, dado a grande afluência do público que se formava na avenida, as pessoas que ficavam posicionadas mais atrás do isolamento, pouco ou nada conseguiam enxergar, surgindo daí a idéia de levaram vários caixotes para a avenida, onde os alugavam para que parte da platéia, pudesse assistir as apresentações das Escolas de Samba de então.
Pára-quedista:
Aos 18 anos Silvio Santos alistou-se na Escola de Pára-quedista do Exército, em Deodoro, e nos dias de folga trabalhava em rádio, com Silveira Lima, na Rádio Mauá. Ao dar baixa no Exército, transferiu-se para a rádio Tupi, "aposentando" definitivamente o camelô.
Na Barca da Cantareira:
Trabalhando em Niterói, na Continental, todas as noites embarcava na última barca com destino ao Rio, próximo à meia-noite, ao lado de bailarinas que trabalhavam em dancings e cabarés, surgindo a idéia de sonorizar a barca para animar as viagens. Pediu demissão da rádio, e com o dinheiro da indenização foi para a casa de eletrodomésticos J. Isnard comprar o equipamento. Fez uma proposta onde a loja lhe cederia todo o equipamento necessário para sonorizar a Barca Cantareira, e ele, por um ano faria anúncios do refrigerador "Clímax", do qual eram revendedores exclusivos. A muja topou. E aí nasceu o homem de negócios, chefe de seu próprio empreendimento.
Contato comercial:
Sílvio passou a vender anúncios aos comerciantes do Rio e de Niterói. Aos domingos a barca ia a Paquetá levar turistas, numa viagem que durava duas horas, o que deixava todo mundo impaciente. Ao ligar o sistema de som, muitos passageiros punham-se a dançar e Silvio Santos percebe que o consumo de água nos bebedouros aumentava freneticamente. Mãos a obra. Vai a Cia. Antártica, que lhe empresta um balcão de madeira e tinas de gelo, e começa a vender cerveja e guaraná na barca. Cria ainda uma promoção onde para cada cerveja e refrigerante comprado, o cliente recebia um lápis e uma cartela de bingo. No meio da viagem parava a música e o pessoal sentava nos bancos e começava o jogo, que distribuía prêmios como bolsas de plástico, quadros e jarras. O negócio se desenvolveu tanto, que, Silvio Santos se tornou o cliente que mais vendia guaraná e cerveja Antártica, no mercado do Rio de Janeiro.
Até que um dia a barca sofre um acidente e os reparos demorariam alguns meses para serem concluídos, deixando o bingo literalmente no estaleiro.
Chegada a São Paulo:
Silvio Santos vai a São Paulo, e lá encontra-se com um colega com o qual havia trabalhado na Rádio Tupi, que lhe diz que a Rádio Nacional de São Paulo estava precisando de locutor. Acerta por 3 meses e como o bar montado na barca estava se perdendo no estaleiro, aluga um salãozinho ao lado da rádio, onde instala-o, criando um "ponto dos artistas".
Nesse período, cria uma revista chamada "Brincadeiras para Você", cujo conteúdo apresentava palavras cruzadas, charadas, anedotas, etc...
Nos Circos:
Sílvio começou também a fazer shows em circos, onde apresenta os artistas, conta piadas, canta, aflorando a facilidade de se comunicar com a platéia. Surge o animador.
Baú da Felicidade:
Em sérias dificuldades surgidas pela má fé de um sócio alemão, Manoel da Nóbrega solicita que Silvio Santos interceda perante os clientes lesados, garantindo que todos seriam ressarcidos de seus prejuízos junto ao Baú da Felicidade, que à época tratava-se de um baú de brinquedos, onde os clientes pagavam parcelas antecipadas e recebiam o produto por ocasião do Natal. Ao invés de encerrar as atividades do Baú da Felicidade, Silvio Santos propõem sociedade a Manoel da Nóbrega, e reformula sua gestão.
Durante os 4 anos em que foram sócios, Manoel da Nóbrega nunca foi ao Baú e, mesmo com todo o progresso alcançado pela empresa, decide afastar-se, sem querer nada em troca, cedendo sua parte a Silvio Santos. por fim aceita receber o dinheiro que lá investiu.
Finalmente, a TV:
Sílvio Santos- está na TV desde a metade da década de 50. O jovem Abravanel iniciou-se no rádio e logo de cara conseguiu uma vaga de locutor na Rádio Nacional. Na TV o começo foi como parte da produção do programa "A Praça da Alegria", da TV Paulista, por seu grande amigo, e já falecido, Manoel de Nóbrega, que conheceu nos bastidores da Rádio.
Já na TV, Sílvio Santos passou a ser o divulgador do carnê Baú da Felicidade. No início da década de 60 fez sua estréia na TV Paulista, com o programa "Vamos Brincar de Forca?". Devido ao grande e imediato sucesso a emissora logo colocou Sílvio no ar aos domingos. No início ele até considerou a idéia "inadequada", mas seu destino estava traçado.
O programa, que começou com duas horas de duração, passou para três horas e em 1966 - quando já era exibido pela Rede Globo, que havia comprado a TV Paulista - o programa de Sílvio Santos, "Música e Alegria" já atingia quatro horas de duração. Só em 1968 surgiu o nome "Programa Sílvio Santos", quando já era transmitido com seis horas de duração.
O "Programa Sílvio Santos" também foi apresentado nas TVs Tupi e Record, após a saída do apresentador da Rede Globo em janeiro de 76. Na metade dos anos 70, Sílvio Santos, já possuía inúmeras empresas e 50% das ações da TV Record, junto com a família Machado de Carvalho. Conta-se no "meio" que as ações da TV Record foram adquiridas através de uma negociação secretíssima, já que uma das cláusulas do contrato com a Rede Globo o impedia de ter ações de outras emissoras.
Sílvio conseguiu a concessão da TVS - RJ e no ano de 1976 exibia seu programa simultaneamente em São Paulo pela Record e Tupi e, no Rio de Janeiro, pela Tupi e TVS. Com o fechamento da TV Tupi Sílvio partiu para montar o Sistema Brasileiro de Televisão. A Rede foi inaugurada no dia 19 de agosto de 1981, com a transmissão da solenidade de assinatura das próprias concessões.
Nos anos 90 o SBT fica conhecido como a segunda maior emissora do país, tornando o comunicador um bilionário. No final da década de 80, o SBT combina uma programação universal, diferenciada e dirigida a todas as classes sociais. A preparação dessa fase teve dois anos de amadurecimento, quando Silvio autorizou a contratação de experientes profissionais de marketing e vendas, investiu em pesquisa e mudou sua postura com relação à programação. Nesse período surgem programas como: "Aqui Agora", "Jô Onze e Meia", "Programa Livre", "A Praça é Nossa", surge também o núcleo de dramaturgia, cujo maior sucesso foi a novela "Éramos Seis".
Outros meios de mídia são utilizados hoje pelo SBT, como a revista do SBT, que contém o cupom para participar do programa "Show do Milhão", um meio de mídia que também está em pleno crescimento é a internet, onde o SBT possui um syte, o SOL (SBT On Line). O SBT é uma opção de mídia muito importante, pois é a segunda em audiência e dependendo do
produto que se quer lançar no mercado e do publico que se quer atingir, ela se torna um meio muito viável .
Silvio santos causa emoções nas pessoas, necessidades e desejos, ele se transformou em um produto de massa, com uma forte influência na mídia, seus programas contém uma característica popular muito comum que a utilização de muitas cores, que acabam formando uma imagem carregada, criando um contraste com a sua própria imagem. As pessoas ambicionam o que ele lhes proporciona. Sempre mantendo uma postura séria, com terno e gravata, cores muitos sóbrias os cabelo sempre bem penteados, muito discreto mas ao mesmo tempo muito comediante, sendo seu público as classes mais baixas ele acaba se sobressaindo diante deles como uma autoridade. Sua imagem nos últimos tempos tem rendido milhões para ele e para outras emissoras, o seqüestro de sua filha e também o seu, fez com que todas as emissoras do país ganhassem pontos na audiência com a sua imagem, como anuncia a folha de São Paulo "Caso Silvio Santos vira arma na batalha da audiência". Politicamente, sempre foi um homem bem relacionado com o poder político, uma prova disso foi a presença do governador de São Paulo no caso do seu seqüestro.
Um homem que começou como camelô, mas que neste ambiente já possuía um grande dom artístico, trabalhou em rádio, foi um grande negociador, e hoje se tornou um grande empresário e um grande apresentador que tenta levar felicidade para as pessoas que mais precisam. Ele também se preocupa com os problemas sociais do país, como o programa TELETON que arrecada fundos para a construção de centros de recuperação para crianças deficientes.
Seus negócios também se expandiram ao mundo financeiro, mas o que mais lhe rende é a sua própria imagem e o veículo para divulgá-la - a televisão. Hoje Silvio Santos é um mega empresário, o faturamento de suas 34 empresas soma E$ 1,5 bilhão por ano, só de salário ele retira R$ 55 milhões do Baú.
Isso tudo mostra a influência de um homem que começou do nada e hoje possui uma carreira de sucesso, uma fortuna invejável, e uma vida que nem todo mundo pediu a Deus, exatamente por se ter muito dinheiro.
Capítulo 3
CONCLUSÃO
De acordo com os argumentos abordados, concluímos que, trata-se de um exemplo de empreendedor que durante toda a sua trajetória sempre transformou acontecimentos ou situações em oportunidades. Em exemplos como este, nos mostra que o empreendedor é aquele que aproveita as oportunidades, fazendo acontecer, sem ter necessariamente grande quantia em dinheiro, mas sim sendo criativo , lançando a idéia e esbanjando vontade de vencer.
Silvio Santos é um desses empreendedores, começou com uma idéia e com uma moeda no bolso. De uma idéia surgiram outras, apareceram oportunidades que foram abraçadas.
Conseguiu transformar sua imagem como fonte de propaganda, e assim o produto que lança.
A busca de informações levaram-no a essas oportunidades. A iniciativa e a confiança possibilitou a realização de seus sonhos e hoje é visto como possibilitador na realização dos sonhos das pessoas.
Em se tratando de Silvio Santos é difícil apontar uma característica que mais o marca como empreendedor, pois o mesmo possui todas e consegue mesclá-las com muita eficiência, mas sem dúvida uma se destaca a " criatividade como o diferencial para o sucesso", tem que ser muito criativo para começar com apenas uma moeda no bolso e se tornar um dos homens mais ricos do pais.